*Carlos Olegário
Este governo representa as elites, o capital internacional especulativo e os banqueiros, haja vista que o seu ministro mais importante pertence a essa última categoria.
Na verdade, o governo não quer fazer uma reforma e sim acabar com a Previdência pública.
O sistema de capitalização proposto pelo governo federal foi implementado em 18 países e não deu certo em nenhum deles. Na maioria dessas nações, o déficit com esse sistema alcançou cerca de seis vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O governo falta com a verdade quando diz que a reforma é necessária e que irá proteger os mais pobres. Do valor de R$ 1 trilhão que o governo pretende economizar em dez anos com a reforma, aproximadamente R$ 900 bilhões serão retirados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, dos mais pobres. O governo está equivocado ao afirmar que a Previdência é deficitária, pois desmente a CPI que teve em sua formação senadores de todos os partidos e bancadas, que provou que a Previdência Social teve um superávit de mais de R$ 1 trilhão em 15 anos. Os estudos da comissão também apontaram a sobra anual de R$ 82 bilhões, apesar dos roubos, incentivos e sonegações que passam dos trilhões.
Quem se lembra dos fundos privados de Previdência bilionários, como dos Montepios, ferroviários, bancários e da Varig, Correios do qual seus aposentados e pensionistas não estão recebendo? Além disso, os beneficiários dos fundos da Caixa Econômica Federal e Petrobrás recebem com muita dificuldade. Portanto, com a aprovação da capitalização, quando chegar a vez de receber, não existirá dinheiro. Se por uma infelicidade este governo tiver sucesso no seu maldito projeto, este país se tornará em um país de miseráveis. No Chile, o número de suicídio de aposentados e idosos é aumentou de forma absurda após a aprovação do regime de capitalização. Hoje, este número é um dos maiores do mundo. Além disso, deve-se relembrar os prefeitos que 78% dos municípios brasileiros recebem do INSS valores superiores ao fundo de participação dos mesmos.
Fizeram a reforma trabalhista com o argumento que era para aumentar o emprego, pois além de tornar precário o trabalho, o desemprego aumentou para 14 milhões. Desta forma, gostando ou não, ocorrem novas eleições de dois em dois anos e a tudo o que afeta a nossa vida passa por eles, todos nós, independente da idade, temos a obrigação de votar com responsabilidade e de preferência votar nos aposentados dos movimentos. Por exemplo, as duas maiores bancadas do Congresso são a dos evangélicos com 230 parlamentares e do agronegócio, todos muito bem e os aposentados que representam o maior seguimento social brasileiro não possui nenhuma.
O ministro que luta com todos os meios para acabar com a previdência publica é o mesmo que fez no Chile e hoje é o dono da maior empresa de capitalização do Chile. Para mim isso é crime.
Tenho desafiado os defensores do fim da Previdência publica para mostrer onde está o privilegio do Regime Geral. Ninguém ganha mais que R$ 5.840,00 e no funcionalismo público, apesar de contribuírem sobre toda a remuneração, quem ingressa a partir de 2013 a remuneração, incluindo juízes, se aposentam com o teto do Regime Geral.
Devemos evitar o fim da previdência publica ao pressionar os parlamentares que votamos.
*2º vice da Federação e vice-presidente da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP).