A Reforma da Previdência (PEC 287/2016) apresentada pelo governo federal no final de 2016 não foi aprovada e deve ficar para o próximo governo. Muito contestada por entidades de classe representativas, como a FETAPERGS, a proposta possui itens nocivos aos trabalhadores e aposentados, pensionistas e idosos.
Ainda que o governo do presidente Michel Temer sinalize que pode votar a Reforma da Previdência ainda neste ano, a medida terá que ser votada em dois turnos nas duas Casas do Congresso Nacional: na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A probabilidade é que a pauta de reformar a Previdência Social esteja em evidência a partir do próximo ano com um novo governo.
Uma proposta é consensual entre a maioria dos candidatos ao pleito deste ano: a criação do sistema previdenciário de capitalização. Este mecanismo propõe que o trabalhador contribua ao longo da vida para pagar a sua própria aposentadoria. Atualmente, está em vigor o sistema de repartição, onde quem trabalha paga a aposentadoria de quem está inativo.
A partir de uma apuração pelo site GaúchaZH, é possível compreender as ideias que os principais candidatos ao Planalto possuem para a Previdência Social disponibilizadas no plano de governo e também declaradas em entrevistas.
CIRO GOMES (PDT)
- Idade miníma para aposentadoria por tempo de serviço de no máximo 65 anos para a aposentadoria, com diferença por gênero e atividade;
 - reformulação do sistema de repartição, onde os contribuintes atuais pagam as aposentadorias dos inativos;
 - criação de um sistema de capitalização, pago pelo trabalhador que quiser ganhar acima do teto do INSS após a aposentadoria. O regime de repartição deve ser mantido para pessoas com renda mais baixa;
 - políticas assistenciais financiadas pelo Tesouro Nacional;
 - aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) não seriam afetados. Além disso, Ciro propõe que o teto do INSS deve ser reduzido dos atuais R$ 5.645 para até três salários minímos. Caso o trabalhador queira receber mais após a aposentadoria, seria necessário participar de um regime de capitalização;
 - regime de trabalhadores públicos e privados igualado.
 
FERNANDO HADDAD (PT)
- Manutenção da integração da seguridade social com o sistema previdenciário;
 - buscar convergência entre os regimes de Previdência para servidores federais, estaduais e municipais;
 - combate aos privilégios previdenciários;
 - aposta na criação de empregos para equilibrar as contas da Previdência;
 - o plano de governo também propõe que mulheres poderiam se aposentar com idade inferior à dos homens. Porém, a discussão sobre idade miníma irá ocorrer posteriormente;
 - também discute-se a alteração de alíquotas de contribuição para o INSS;
 - regimes público e privado teriam regras similares e algumas categorias de servidores teriam exceções, como professores e militares;
 - aposentadorias rurais e de pessoas com baixa renda e BPC seriam mantidos;
 
GERALDO ALCKMIN (PSDB)
- criação de um sistema único de aposentadoria;
 - igualdade de direitos;
 - abolição de privilégios;
 - o plano de governo promete para o primeiro semestre uma reforma da idade miníma para aposentadoria que ainda não há definição;
 - propõe manter o sistema de repartição e a criação do sistema de capitalziação, mas apenas após a correção do desequilíbrio fiscal da Previdência for corrigido, que não é esperado para os próximos quatro anos e ficaria para o próximo governo;
 - uma das metas é a criação de vagas de emprego para aumentar o número de contribuintes;
 - a proposta também prevê a equiparação gradativa dos regimes público e privado, com exceção a algumas categorias, como os militares;
 
JAIR BOLSONARO (PSL)
- introdução do sistema de capitalização gradativamente, por adesão;
 - reduzir encargos trabalhistas a empregadores que migrarem para o sistema de capitalização;
 - criação de fundo para garantir a aposentadoria de quem seguir no regime de repartição;
 - promover mudanças no sistema de repartição;
 - de acordo com a equipe econômica do candidato, existe a possibilidade separar a fonte dos recursos da Previdência que vão para a assistência social, sem detalhar as ações necessárias;
 - intenção de propor idade mínima para aposentadoria por tempo de serviço, adotada de forma lenta e gradual;
 - o sistema de capitalização proposto prevê contas individuais para cada contribuinte. Desta forma, os valores seriam reajustados e resgatados na aposentadoria;
 
MARINA SILVA (REDE)
- pretende apresentar uma reforma para o sistema previdenciário no início do mandato;
 - definição de idade mínima para aposentadoria por tempo de serviço, com regra de transição;
 - eliminação de privilégios de servidores admitidos antes de 2003;
 - criação de sistema misto com o atual sistema de repartição e um novo de capitalização;
 - o aumento da expectativa de vida da população iria definir a viabilidade de uma idade mínima para aposentadoria. Na avaliação da equipe da candidata, essa medida iria evitar a necessidade de reformas futuras;
 - mulheres teriam idade inferior à dos homens, com a tendência de igualdade ao longo do tempo;
 - regimes previdenciários público e privado seriam tratados da mesma forma, mas haveria uma regra de transição;
 - intenção de criar um regime misto de repartição e capitalização, porém não foi divulgada como seria esta mudança;