De acordo com o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), 75,3% dos idosos brasileiros dependem exclusivamente do atendimento prestado no Serviço Único de Saúde (SUS). Conforme a pesquisa, 83,1% realizaram pelo menos uma consulta médica no último ano. A pesquisa foi anunciada pelo Ministério da Saúde no Dia Nacional e Internacional do Idoso, nessa segunda-feira (1º).
No período, foi identificado ainda que 10,2% dos idosos foram hospitalizados uma ou mais vezes. Além disso, os resultados da pesquisa apontam que 40% dos idosos possuem uma doença crônica e 29,8% possuem duas ou mais problemas, como diabetes, hipertensão ou artrite. O resultado dessa análise aponta que, aproximadamente, 70% dos idosos possuem alguma doença crônica.
O estudo indicou também que 85% da população brasileira com 50% ou mais vivem em áreas urbanas. Sobre hábitos de comportamento, 43% dos idosos acompanhados pelo estudo dizem ter medo de cair na rua. Segundo o ministro da Saúde Gilberto Occhi, a questão que envolve a mobilidade urbana também é uma preocupação em relação aos investimentos em políticas públicas para a pessoa idosa.
Mais informações podem ser consultadas diretamente no portal do Ministério da Saúde: https://bit.ly/2zOKqAt.
Durante o 1º Fórum de Debates da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul (FETAPERGS), o psicólogo Luís Carlos Bolzan defendeu o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e criticou a Emenda Constitucional 95 que definiu um teto para gastos públicos por 20 anos.
De acordo com Bolzan, que possui mestrado em Saúde Pública, a maior parte dos recursos das áreas da Previdência Social, Saúde e Assistência Social são para o custeio geral e a Emenda Constitucional 95 prejudica os serviços prestados à sociedade ao diminuir a capacidade de investimento. Além disso, o palestrante citou a relevância desse corte nos investimentos: “O orçamento destas três áreas está junto na Seguridade Social”.
Outro assunto abordado por Bolzan foi a relação entre os governos municipais e os investimentos em saúde pública: “As gestões municipais ajudam o SUS a funcionar”. O palestrante observou que de acordo com a Constituição Federal de 1988, o financiamento do Sistema Único de Saúde deve ser feito pelos governos municipais, estaduais e pela União. Segundo Bolzan, um problema que afeta a saúde pública é que “o dinheiro sai de áreas essenciais para pagar a dívida pública e quem perde com tudo isso é o aposentado” como, por exemplo, através do alto custo de “medicamentos essenciais e fundamentais para a saúde”.
Ao final da palestra, Bolzan pediu o fortalecimento e a defesa do SUS pelas associações, federações e a Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP).