O diretor da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Estado do RS (FETAPERGS) Itamar Santos, representante da entidade no Conselho Estadual de Saúde do RS (CES/RS), descreve a situação da pandemia e do risco do desemprego como principais fatores para o aumento dos casos de doenças psiquiátricas no Brasil.
Em junho do ano passado, quando o país chegava à marca de 50 mil mortos pela pandemia, uma pesquisa sobre a saúde mental dos brasileiros durante a quarentena, liderada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, registrou um aumento de mais de 90% em casos de depressão. Além disso, mais de 70% das queixas eram de crise aguda de ansiedade.
Itamar defende a reestruturação das atividades do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para atender e auxiliar na atenção aos trabalhadores: "Grande parte dessa situação que vivenciamos hoje ocorre por causa da falta de estrutura do INSS, principalmente pela mudança brusca para os meios digitais, pois muitos trabalhadores não possuem ou não sabem como acessar esse serviço".
De acordo com o membro do Conselho Estadual de Saúde, o desenvolvimento tecnológico, a alta competitividade no mercado de trabalho e o medo de perder o emprego são causas que já afetavam os trabalhadores brasileiros e isso foi agravado durante a pandemia: "O risco de ficar sem emprego e a alta competitividade destroem vidas, não podemos ficar nesta ideia de que o mercado é exigente, todos precisamos ter as mesmas oportunidades e direito a ter um psicológico saudável".
Em defesa de uma Previdência pública igualitária e solidária. Este foi o tema que orientou o ato organizado pela Coordenadoria Regional Metropolitana, Sinos e Litoral Norte da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Estado do RS (FETAPERGS), no dia 21 de fevereiro, em frente a Agência Central do INSS, na Travessa Márcio Cinco Paus, no Centro de Porto Alegre.
De acordo com o presidente da Federação, José Pedro Kuhn, é necessário diálogo e cautela sobre a proposta do governo federal para reformar a Previdência Social. “Nós defendemos a Seguridade Social e queremos construir um ambiente positivo para melhorar a qualidade de vida dos aposentados e pensionistas brasileiros” destaca Kuhn. Conforme o presidente, o sistema de capitalização defendido pelo governo federal irá diminuir a arrecadação e aumentar a desigualdade na sociedade brasileira.
Em relação às propostas para uma reforma da Previdência, a Federação defende o fim da Desvinculação das Receitas da União (DRU) sobre a Seguridade Social e o combate às sonegações e fim das isenções fiscais.
De acordo com o presidente da coordenadoria regional da FETAPERGS e vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde Itamar Santos, a CPI da Previdência demonstrou que entre 2000 e 2015, a Previdência registrou superávit de mais de dois trilhões de reais.
Participaram do ato representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical, Sindicato dos Telefônicos do Rio Grande do Sul (Sinttel/RS), Associação dos Idosos, Aposentados e Pensionistas do Litoral Norte (AIAPLIN) e do CPERS Sindicato.