As ocorrências de violência contra a pessoa idosa aumentaram cerca de 17% no Rio Grande do Sul no ano passado em comparação com 2017. Os dados são do Disque 100, o Disque Direitos Humanos, administrado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Os números divulgados pelo ministério através de pedido encaminhado pela Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Estado do RS (FETAPERGS) são preocupantes. “Durante o mês de junho ocorrem atividades de combate a essa violência que muitas vezes é invisível na sociedade e precisamos começar a olhar para este problema e proteger os nossos idosos” afirma o presidente da FETAPERGS José Pedro Kuhn.
De acordo com os dados divulgados, a violência que é mais relatada no RS é a de negligência, citada em 38% dos casos. Em segundo lugar, surgem as denúncias de violência psicológica, quando há ameaças e xingamentos, presente em 25% ocorrências.
Em relação aos suspeitos de praticar a violência contra a pessoa idosa, disparado em primeiro lugar aparecem os filhos em 50% das denúncias no Estado. No Brasil, entre as relações do suspeito com a vítima, os filhos correspondem a 53% dos casos.
De acordo com os números, 75% dos casos de denúncia ocorrem dentro da própria casa da vítima. “Estes dados demonstram a atenção que as autoridades devem ter, pois a violência ocorre muitas vezes na residência da vítima e é praticada por pessoas próximas” destaca José Pedro Kuhn.
É necessário denunciar. Esta é a mensagem da juíza corregedora Clarissa Costa de Lima, da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do RS durante a palestra com o tema “Violência Contra a Pessoa Idosa”, no 1º Fórum de Debates da FETAPERGS. O evento, que ocorreu em Novo Hamburgo, entre os dias 10 e 12 de setembro, contou com a presença de 31 entidades filiadas a Federação.
Durante a palestra, Clarissa apresentou dados estatísticos sobre casos de violência contra a pessoa idosa registrados entre 2017 e 2018. Segundo informações apresentadas pela juíza, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, no ano passado foram registradas 68.870 violações contra os idosos. Em 76,3% dos casos, a ação ocorre dentro do próprio núcleo familiar.
Outro tema importante acrescentado por Clarissa é a importância dos municípios possuírem um Conselho Municipal do Idoso, com o objetivo de facilitar a atuação do Ministério Público e dos órgãos de segurança no combate à violência. Ao ser questionada pelo público sobre como as associações de aposentados podem auxiliar os idosos que sofrem de violência, Clarissa respondeu que é necessário fazer uma denúncia na delegacia da Polícia Civil mais próxima. “Quando a pessoa que está sofrendo a violência não se manifesta, alguém que conhece a situação pode efetuar uma denúncia anônima” cita Clarissa.