Pente-fino nas isenções
Equipe econômica do governo promove mudanças na despesas e receitas da Previdência e foca nas isenções para entidades filantrópicas
Por Carolina Bahia - 04/01/2016
A equipe econômica está promovendo um pente-fino nas despesas e receitas da Previdência e há um foco em particular: as isenções para entidades filantrópicas. Um levantamento prévio mostra que a renúncia pode chegar a R$ 10 bilhões, uma arrecadação que faz falta na hora de fechar as contas. Ainda não há consenso dentro do governo Dilma a respeito do fim do benefício ou algum tipo de negociação.
Diante do rombo no setor e da retomada do debate sobre a reforma, o Ministério do Trabalho e Previdência resolveu também apertar o cinto quanto às renúncias tributárias. Ao levantar esse assunto, o Planalto mexe em um vespeiro. Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Jane Berwanger lembra que fiscalizar é um dever do Estado, mas não há ilusão quanto à redução significativa das isenções.
É uma área complicada, em que há entidades comprometidas com contrapartidas. Mas se há discussão sobre a mudança nas regras da aposentadoria dos trabalhadores, nada mais justo que se conheçam a fundo os números da Previdência. A sociedade precisa saber quem paga, quem não paga e os motivos.
Fazendo Conta
Um levantamento completo sobre as contas da Previdência deve ser apresentado às centrais sindicais. O governo marcou para o dia 16 de fevereiro um fórum para começar a debater a reforma. As centrais já avisaram que não aprovam a ideia da idade mínima.
Era uma vez...
Assim como a Reforma Política – que era a mãe de todas as reformas –, a proposta de mudança na Previdência tem todos os ingredientes para morrer na casca: falta consenso dentro do governo, há polêmica entre os partidos aliados e resistência entre os sindicatos. Infelizmente.
O salvador
Presidente do PT gaúcho, Ary Vanazzi, não acredita que o partido sofra muitas baixas com a janela para a troca partidária. Para ele, iniciar o ano com Nelson Barbosa à frente do Ministério da Fazenda já representa um novo ânimo.
Na área
Ex-governador da Bahia e atualmente no comando da Casa Civil da Presidência da República, Jaques Wagner já foi apontado como alternativa do PT para a disputa à Presidência da República em 2018, caso Lula não tenha condições. Tudo depende da Lava-Jato.
Fonte: Zero Hora