Nov 22, 2024 Última Atualização em: 12:12 PM, Nov 18, 2024

José Pedro Kuhn, presidente da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Estado do RS (FETAPERGS)

O ano de 2020 está ficando para trás e nos deixa um grande aprendizado causado pela pandemia que proporcionou mudanças na vida das pessoas. 

No entanto, a vida segue e a Federação e as associações filiadas se adaptaram à nova realidade e mantiveram o trabalho firme e árduo em defesa dos aposentados, pensionistas e idosos gaúchos. 

A pandemia trouxe um grande aprendizado para todos nós: de sermos mais humanos e ter compreensão com os outros. Nós, na FETAPERGS, tivemos que buscar uma nova forma de trabalhar, cuidando sempre da saúde dos nossos colaboradores, diretores e principalmente da nossa categoria. 

Foi um ano que estimulou a diretoria da FETAPERGS a agir de forma rápida em relação ao atendimento e também sobre as orientações às entidades fiiadas. A diretoria buscou manter as entidades atualizadas sobre o atendimento da Federação e também sobre como proceder durante o período de quarentena. Além disso, com as flexibilizações, as associações foram orientadas a seguir os protocolos de segurança.

Para o próximo ano, ainda temos muitas dúvidas sobre até quando essa situação deve permanecer e como que será o comportamento da sociedade sobre a doença. A diretoria da Federação se reuniu após o início da pandemia de forma online, mantendo a segurança de todos os membros e colaboradores. Após essa série de encontros, a diretoria discutiu ideias, planos e metas para serem alcançadas em 2021. 

O Baile Estadual do Aposentado que ocorreria em janeiro de 2021 foi adiado. A nossa Federação completa 37 anos de existência nessa data e temos orgulho de fazer parte dessa linda história. Enfrentamos um grande desafio ao longo desse ano, o maior da nossa história até agora e com certeza estaremos preparados para o ano que vem. Feliz Natal e próspero Ano Novo para todos nós.

Este editorial está presente na edição de dezembro de 2020 do jornal A Voz do Aposentado.

O ano de 2020 está sendo histórico para a humanidade e aqui no RS, especialmente, para nós aposentados, aposentadas, idosos eidosas da FETAPERGS está sendo muito triste porque além de termos que resistir, enfrentar e sobreviver a tudo que estamos passando temos que nos consolarmos com as perdas irreparáveis de dois grandes amigos e diretores de nossa Federação. As perdas do nosso diretor secretário Paulo Alexandre Setti da Costa e do nosso presidente Léo Carlos Altmeyer são irreparáveis sentimentalmente, mas ao mesmo tempo as suas existências entre nós serão para sempre um exemplo de caráter e vontade de viver em prol do coletivo que muito bem representa a FETAPERGS. 

Os dados do IBGE (dados de 2019) apontam que somos 12,7 % da população dos gaúchos, ou seja, somos cerca de um milhão e meio de idosos acima de 60 anos. Além da vulnerabilidade clinica que o avanço da idade nos proporciona naturalmente, temos entre nós a maioria esmagadora de idosos e idosas em extrema vulnerabilidade social, os quais sobrevivem com apenas um salário mínimo nacional. Essa triste realidade está sendo cada vez mais agravada pela retirada de direitos sociais através dos inumeráveis ataques realizados pelo governo federal contra a classe trabalhadora brasileira onde estamos incluídos. 

O abandono social está agravado atualmente pelo problema sanitário causado por estes mesmos governantes tendo em vista que estamos em uma pandemia que já matou mais de 100 mil pessoas no Brasil. O Covid-19 está nos matando porque somos a parcela mais vulnerável da sociedade gaúcha pelos motivos aqui já apresentados. Os dados apresentados por órgãos governamentais apontam que na faixa entre 70 a 79 anos, o RS registrou mais mortes de homens idosos. Já acima de 80, o cenário se inverte, com mais mulheres vindo a óbito. Dos mais de 2 mil mortos por coronavírus do Rio Grande do Sul, 1.599, ou 79,31% tinham mais de 60 anos, dados que correspondem até o dia 3 de agosto, como aponta a divulgação diária da Secretaria Estadual de Saúde do RS. 

No estado, existem cerca de 800 ILPIs, sendo que 59 apresentaram surto e estão distribuídas em 27 municípios. As mortes ligadas a surtos em instituições de longa permanência de idosos (ILPIs) também causam preocupação: foram 74 mortes, de um total de 87 óbitos ligados a surtos em empresas e instituições de atendimento. Estes são dados oficiais fornecidos pela da SES RS entre as Instituições que tem registro junto aos órgãos públicos, mas sabemos que há muitas que não são legalizadas e que se transformam em verdadeiras armadilhas aos idosos do RS. Enquanto estivermos vivos estaremos nos organizando para que, juntos, possamos enfrentar as nossas batalhas de cada dia.

*Carlos Olegário

Este governo representa as elites, o capital internacional especulativo e os banqueiros, haja vista que o seu ministro mais importante pertence a essa última categoria.

Na verdade, o governo não quer fazer uma reforma e sim acabar com a Previdência pública.

O sistema de capitalização proposto pelo governo federal foi implementado em 18 países e não deu certo em nenhum deles. Na maioria dessas nações, o déficit com esse sistema alcançou cerca de seis vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O governo falta com a verdade quando diz que a reforma é necessária e que irá proteger os mais pobres. Do valor de R$ 1 trilhão que o governo pretende economizar em dez anos com a reforma, aproximadamente R$ 900 bilhões serão retirados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, dos mais pobres. O governo está equivocado ao afirmar que a Previdência é deficitária, pois desmente a CPI que teve em sua formação senadores de todos os partidos e bancadas, que provou que a Previdência Social teve um superávit de mais de R$ 1 trilhão em 15 anos. Os estudos da comissão também apontaram a sobra anual de R$ 82 bilhões, apesar dos roubos, incentivos e sonegações que passam dos trilhões.

Quem se lembra dos fundos privados de Previdência bilionários, como dos Montepios, ferroviários, bancários e da Varig, Correios do qual seus aposentados e pensionistas não estão recebendo? Além disso, os beneficiários dos fundos da Caixa Econômica Federal e Petrobrás recebem com muita dificuldade. Portanto, com a aprovação da capitalização, quando chegar a vez de receber, não existirá dinheiro. Se por uma infelicidade este governo tiver sucesso no seu maldito projeto, este país se tornará em um país de miseráveis. No Chile, o número de suicídio de aposentados e idosos é aumentou de forma absurda após a aprovação do regime de capitalização. Hoje, este número é um dos maiores do mundo. Além disso, deve-se relembrar os prefeitos que 78% dos municípios brasileiros recebem do INSS valores superiores ao fundo de participação dos mesmos.

Fizeram a reforma trabalhista com o argumento que era para aumentar o emprego, pois além de tornar precário o trabalho, o desemprego aumentou para 14 milhões. Desta forma, gostando ou não, ocorrem novas eleições de dois em dois anos e a tudo o que afeta a nossa vida passa por eles, todos nós, independente da idade, temos a obrigação de votar com responsabilidade e de preferência votar nos aposentados dos movimentos. Por exemplo, as duas maiores bancadas do Congresso são a dos evangélicos com 230 parlamentares e do agronegócio, todos muito bem e os aposentados que representam o maior seguimento social brasileiro não possui nenhuma.

O ministro que luta com todos os meios para acabar com a previdência publica é o mesmo que fez no Chile e hoje é o dono da maior empresa de capitalização do Chile. Para mim isso é crime.

Tenho desafiado os defensores do fim da Previdência publica para mostrer onde está o privilegio do Regime Geral. Ninguém ganha mais que R$ 5.840,00 e no funcionalismo público, apesar de contribuírem sobre toda a remuneração, quem ingressa a partir de 2013 a remuneração, incluindo juízes, se aposentam com o teto do Regime Geral.

Devemos evitar o fim da previdência publica ao pressionar os parlamentares que votamos.

*2º vice da Federação e vice-presidente da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP).

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